domingo, 1 de abril de 2012

Editorial: A educação problematizadora e o processo de avaliação na escola

A avaliação tem sido um problema constante tanto para os alunos como para o professor. O maior deles é que, em muitas situações didáticas propostas e desenvolvidas na escola, ela se torna um fim em si mesma, comprometendo, dessa forma, uma nova oportunidade para se adquirir conhecimento.



O ato de avaliar já ocorre antes mesmo de se iniciar o ano letivo, quando o professor pressupõe concepções acerca de um planejamento adequado à faixa etária dos alunos e, principalmente, às possibilidades cognitivas que são esperadas para um determinado ano escolar.



A partir dessa reflexão inicial, é possível compor o “cenário educativo”, como afirma Hoffmann (2009). A partir daí, ele enfrenta uma série de hipóteses a serem conferidas e ajustadas no decorrer do processo, pois encara, ao mesmo tempo, a diversidade dos alunos, a complexidade do objeto de conhecimento e as múltiplas opções de experiências educativas.



Para acompanhar a progressão do processo de aprendizagem intencionalmente formativa é fundamental a observação, sob a luz dos objetivos propostos, dos critérios construídos, voltados para acompanhar atitudes frente ao desafio proposto e aos conteúdos, e do diálogo entre professor e aluno, nas muitas situações didáticas propostas.



Segundo Jussara Hoffmann: “a avaliação enquanto relação dialógica vai conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, como ação-reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado, enriquecido, carregado de significados, de compreensão. Dessa forma a avaliação passa a exigir do professor uma relação epistemológica com o aluno. Uma conexão entendida como uma reflexão aprofundada sobre as formas como se dá a compreensão do educando sobre o objeto do conhecimento”.



“Em vez de um professor que transmite ‘comunicados’ sobre um objeto e um aluno que passivamente recebe estas informações acreditando ter aprendido, a educação problematizadora traz, desde logo, o professor para a posição do aluno e o aluno para a posição do professor; o objeto passa a ser o fator de mediação deixando de ser ‘o’ objetivo da educação. Pois não há educador tão sábio que nada possa aprender, nem educando tão ignorante que nada possa ensinar. Surge, daí, a concepção dialógica da educação problematizadora...” (BECKER, 1993, p. 147). HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade, Porto Alegre: Mediação, p. 117-119.



Em favor do desenvolvimento pleno da proposta de educação problematizadora e acompanhamento formal, segue, em paralelo, a avalição formativa que se estabelece com base no diálogo entre professor e aluno ou mesmo quando a busca ocorre pelas soluções frente aos desafios encontrados.



É preciso encarar a avaliação como instrumento de trabalho do professor, por ter como principal função subsidiar a prática docente para, se for o caso, ajustar cursos de ação. Além disso, é também de grande valia para os alunos, por orientar o olhar para as dificuldades, mas também e, principalmente, para a aprendizagem adquirida.
http://189.2.156.236/some/portalobjetivo

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